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11 dezembro 2006

“É preciso dar a conhecê-lo” – o Douro, claro

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ANTÓNIO MARTINHO

"É preciso dar a conhecê-lo” – o Douro, claro

Esta frase, do Presidente da Fundação da Casa da Música, referindo-se ao Douro, numa peça do J.N. do passado dia 19, é elucidativa. Aliás, o que traduz esteve presente em todas as actividades que a Comissão Organizadora das Comemorações dos 250 Anos da Região Demarcada do Douro levou a efeito, por toda a região, pelo país e no estrangeiro. E sem perder de vista que esta região é habitada por pessoas que a constroem, que nela vivem, que dela saíram, um dia, alguns à procura, porventura, de melhores condições de vida e se encontram na diáspora. É esta uma das razões que não me permite aceitar de ânimo leve afirmações dos tradicionais carpidores de mágoas que não foram capazes, nunca, de fazer, pelo Douro e pelos durienses, mais do que lamentar a sua sina. Se as críticas são bem vindas, as lamúrias dispensam-se bem.
Acontece até que as comemorações que estamos vivendo têm sido pretexto para actividades de divulgação da nossa cultura noutros países, em capitais europeias ou não, verdadeiras metrópoles mundiais. Foi o que se verificou em Londres, no Rio de Janeiro e em Bruxelas, por exemplo.
Nesta última, tive o ensejo de viver alguns dos seus momentos, de muito perto, como o Encontro que teve lugar no Instituto Húngaro e em que foi possível pôr em contacto portugueses e húngaros, partilhando aspectos da sua cultura, a partir de duas regiões vitivinícolas. Mas no convívio que ali se realizou, devido ao engenho e arte do Dr. Pinto da Silva, um português na diáspora que trabalha, em Bruxelas, como Alto Quadro da Comissão Europeia, há uma boa vintena de anos, teve presentes cidadãos europeus de outras origens.
Algo de semelhante se passou na abertura da exposição de fotografia sob o tema “A Fotografia no Douro – Arqueologia e Modernidade” que ficou aberta ao público, a partir do dia 9, na Sala Central do Hall do Edifício Berlaymont, numa cerimónia presidida pelo Presidente da Comissão Europeia, Dr. Durão Barroso, que reafirmou as suas origens de transmontano-duriense, dele e da sua esposa. Mas a iniciativa da Bienal da Prata, na Livraria Orfeu, no dia 10; ou a Conferência, na mesma Livraria Portuguesa, subordinada ao tema “O Douro – Vale dos Heróis”, pela escritora Alice Machado, um jantar sob a orientação do Chefe Miguel Castro Silva, assim como a Conferência do Professor Bianchi de Aguiar, no dia 22, subordinada ao tema “O Douro e o Vinho do Porto” são formas evidentes de dar a conhecer o Douro. Pelos seus aspectos positivos, claro. E com gastos inacreditáveis que, por aquelas bandas, habituados que estão a euros com muitos zeros, eram impensáveis.
No fim-de-semana passado, a Associação Agostinho da Silva, que tem vindo a celebrar o centenário deste filósofo português, “cidadão de Barca D´Alva”, trouxe àquela localidade e à sede do concelho uma parte dos participantes do Congresso que tem vindo a decorrer, no âmbito do centenário do seu nascimento. Este pensador que fez a maior parte da sua carreira académica no Brasil, cujo tema principal de toda a sua obra é a cultura portuguesa, “num fraternal abraço ao Brasil e aos países lusófonos” é mais um duriense que se distinguiu, pelo pensamento e reflexão, na diáspora. Ora, ele afirmava o seu desejo de que a filosofia fizesse com que o povo português tivesse confiança em si mesmo. Era, ele próprio, um homem de vistas largas, com horizontes abertos e um apurado sentido universalista.
É disto que precisamos, no Douro, hoje. Pessoas com vistas largas, capazes de ir mais além, de ver mais longe, que não se deixem atrofiar no vale profundo que, em alguns locais, o rio rasgou, através dos milénios. Pessoas que tenham confiança em si próprias. Motivos, aliás, mais do que suficientes para que se tenha integrado nas Comemorações dos 250 Anos da RDD uma homenagem a Agostinho da Silva, o filho de um empregado da Alfândega que, por um simples acaso, não nasceu ali, mas lá viveu a sua meninice e cresceu para as letras e para uma reflexão profunda. É mais um exemplo do bom que existe, nesta nossa terra que amamos e queremos dar a conhecer.

In http://www.avozdetrasosmontes.com/

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