Esperança depositada na Unidade de Missão

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O presidente da câmara de S. João da Pesqueira, Lima Costa, entende que seria dispensável instituir qualquer modelo de regionalização ou descentralização no país se os sucessivos governos tivessem tido uma atitude diferente para com o interior. "Se nos tivessem encarado como um recurso a explorar, que faria desenvolver o país e não como um fardo, não precisaríamos de divisões e modelos alternativos", diz, lamentando que o mundo rural esteja condenado ao desaparecimento.

Por enquanto, este autarca vai depositando esperanças no trabalho que possa vir a ser desenvolvido pela recentemente criada Unidade de Missão do Douro (UMD), há muito tempo reivindicada pelos municípios da Região Demarcada do Douro. "Se esta unidade não for para a frente, voltamos à estaca zero", declara João Teixeira, edil de Murça, que gostaria de que aquele organismo fosse um embrião para a criação no Douro de uma sub-região dentro da provável grande região Norte, isto porque tem um "figurino e identidade próprias".

"Tudo depende de quem venha a assumir o trabalho no terreno", observa Eugénio de Castro, continuando a defender um perfil em que seja inquestionável o prestígio detido na região, um bom conhecimento dela, agregador de vontades e motivador. Ou seja, que seja "a verdadeira âncora do desenvolvimento". O lugar já está ocupado pelo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, Carlos Lage, mas Eugénio de Castro preferia que no futuro esse cargo pudesse ser assumido por alguém que fosse independente de qualquer organismo e que apenas tivesse aquela tarefa específica.

Criada por resolução do Conselho de Ministros no passado dia 31 de Agosto, a Unidade de Missão veio preencher o vazio deixado pela extinção do Gabinete Técnico Intermunicipal do Alto Douro Vinhateiro.

JN-26Nov06 - EP [+++]