Marsilea quadrifolia L. (Trevo-de-quatro-folhas) EM PERIGO

1- Reunião de 12 de Dezembro de 2006 (Câmara Municipal do Peso da Régua)

DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DAS GRANDES OPÇÕES DO PLANO E ORÇAMENTO 2007

531 - A Câmara deliberou por maioria, com os votos contra dos vereadores do Partido Socialista, aprovar o documento apresentado.
Mais deliberou enviar o documento para aprovação à Assembleia Municipal.
Foram apresentadas declarações de voto, pelo Presidente da Câmara e vereadores do Partido Socialista;

Declaração de voto do Partido Socialista
"30 Razões para não aprovar"

Após análise cuidada dos documentos previsionais - Grandes Opções do Plano e Orçamento para o ano 2007 - elaborados e apresentados pela maioria PSD que gere os destinos do Município do Peso da Régua, seleccionámos 30 razões, das muitas existentes, que não nos permitem aprovar tais documentos:

(…)
26. Desaparece o projecto de "Protecção da Marsilea Quadrifólia";
(…)

2- Sobre a "Marsilea Quadrifólia"

Descrição geral
Marsilea quadrifolia (trevo-de-quatro-folhas) é um feto semi-aquático que habita locais periódica ou permanentemente inundados, margens de rios ou reentrâncias fluviais onde a velocidade da água é moderada. Apresenta um rizoma rastejante, ramificado dicotomicamente e susceptível de crescimento indefinido. A esporulação ocorre de Junho a Julho. O esporófito, que corresponde à planta na fase vegetativa, assemelha-se a um trevo, apresentando folhas compostas por quatro folíolos.

Estatuto de ameaça
Em Perigo Crítico (estatuto proposto para o Livro Vermelho das Plantas de Portugal).

Estatuto de protecção
Consta dos Anexos I e IV da Directiva Habitats (92/43/CEE) e Anexo I da Convenção de Berna.

Distribuição geográfica
Esta espécie tem uma ampla distribuição na Europa. As populações Ibéricas sofreram, porém, uma regressão intensa com redução da área de distribuição e extinção de vários agrupamentos populacionais. Presentemente em Portugal, parece subsistir um único núcleo populacional, localizado junto à cidade da Régua e abrangido pelo Sítio de Interesse Comunitário do Alvão/Marão (Rede Natura 2000). Esta situação demonstra uma diminuição drástica da área de distribuição geográfica, que incluía originalmente os troços terminais das bacias do Vouga, Lima e Minho, e os troços médio e terminal da bacia do Douro.

Situação populacional
A modificação do perfil das margens dos cursos de água, verificada nas últimas décadas devida à construção de barragens, com o consequente desaparecimento das zonas de charco e a alteração da qualidade da água provocaram a regressão desta espécie. Apesar da intensa prospecção realizada desde 1994 no âmbito da elaboração do Livro Vermelho das Plantas Vasculares de Portugal, apenas foi localizado um núcleo na praia fluvial da cidade da Régua.
A monitorização deste núcleo populacional efectuada entre 2001 e 2005 evidenciou uma diminuição acentuada e constante. Em 2005, subsistia apenas uma única população localizada no rio Corgo. Aparentemente, está extinta na área de intervenção deste projecto LIFE.

Ameaças
Em Portugal, as principais causas de regressão foram o aterro de zonas de charcas, regularização das margens fluviais, competição com espécies aquáticas invasoras, edificação de barragens com a consequente regularização de caudais, alteração das técnicas culturais do arroz e poluição dos cursos de água por efluentes domésticos e industriais.
Na praia fluvial da cidade da Régua, foram identificados vários tipos de ameaças nomeadamente: a destruição por aterro das charcas marginais formadas durante os picos de caudal, a compactação do solo através do pisoteio e passagem de viaturas, assim como o depósito ilegal de entulho.
Mais recentemente, dados de campo sugerem, embora de forma não conclusiva, que a degradação da qualidade da água, devido ao aumento da carga orgânica pode ter sido o principal factor responsável pela regressão da espécie na Régua. A escassez de oxigénio nos fundos poderá causar a morte dos rizomas.

Medidas de conservação
Inicialmente o projecto previa acções de conservação para o núcleo da Régua, nomeadamente o ordenamento dos usos da praia fluvial, com a colaboração do município da Régua. Face à aparente extinção do trevo-de-quatro-folhas neste local, estão a ser estudadas soluções alternativas, embora fora do âmbito deste projecto LIFE.

Retirado de http://www.icn.pt/pnc_flora_perigo/page3.htm

O Perigo está aqui, aqui & aqui

Ver também em
- http://www.icn.pt/psrn2000/caracterizacao_valores_naturais/flora/Marsilea%20quadrifolia.pdf
- http://aguiar.hvr.utad.pt/pt/investigacao/estagios_concluidos/nunosousa.htm
- http://www.floridadriftwood.com/aquariumplants_marsilea_quadrifolia.html
- http://www.aquaonline.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1025&Itemid=53
- http://plants.usda.gov/java/profile?symbol=MAQU
- http://naturalaquariums.com/plants/marsilea.html
- http://www.pfaf.org/database/plants.php?Marsilea+quadrifolia

Retirado de http://barcorabelo.blogspot.com/2007/01/marsilea-quadrifolia-l-trevo-de-quatro.html